domingo, 18 de setembro de 2011

Minhas "vizinhas" em Lucca

Era um sonho: conhecer a Itália. As pessoas o recebem sempre com carinho: com suas comidas, vinhos, abraços, sorrisos e lágrimas...
Entre parentes, há um ciúmes explícito no ar por atenção... Uma sensação boa com hora e dia marcados, que transmite a mensagem: Venha comer em minha casa! O diferencial entre viver bem, está em comer bem.
No primeiro almoço em família, sou avisada que uma "vizinha" está ansiosa para me conhecer.
Vizinha? Na Itália? Na Toscana...
Bem que eu queria...
Mas, em minutos tudo se explica: vizinha sim. Da minha Fazenda no Facebook. Risos, explicações aos idosos. Como assim?
Sandra e Mari. Esperavam por mim em outra cidade, em Lucca. E conversamos e tomamos café (do Brasil) num lugar lindo...
Um encontro delicioso.
E, juro, não falamos em jogos, games e mundos virtuais na despedida...

sábado, 17 de setembro de 2011

Prazer de Viajar

Quais são os maiores prazeres da vida?

Comer bem, beber um bom vinho, uma cerveja gostosa, conhecer lugares diferentes... Conhecer pessoas... Poder comprar um livro, lembrancinhas para os amigos... Carinho, sexo, amor... Ser lembrado, ou seja, alguém se importar e demonstrar isso...Ter filhos!
Acrescentaria mais um item: ser bem atendido - em qualquer lugar!
E, não querendo ser contraditória, e já sendo, passar despercebida. Chegar em um lugar onde ninguém o conhece! Dá uma sensação de liberdade...
Parece que se pode quebrar regras, sair da mesmice, fugir da rotina...
Delícias da vida...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Enlouqueça: vá a Lucca

Lucca não é apenas uma cidade. São duas em uma. Depoimento de um Flanêur, um verdadeiro voyeur.

Lucca impressiona logo na chegada. Você vê casas modernas e depois se depara com muralhas fortificadas, artisticamente decoradas que cercam a parte antiga da cidade.

Vá a esse endereço: http://www.initalytoday.com/pt/toscana/lucca/ e leia a história toda.
"Do ponto de vista artístico a cidade de Lucca, cercada impressionantemente pelas muralhas do renascimento (1504-1645), mantém ainda intacto o seu núcleo urbano antigo, conservando assim a instalação medieval. O cercado das muralhas, permaneceu intacto (longa quase 5 km, são formadas por 12 cortinas e 11 baluardos e altas 12 metros sobre o nível da cidade), foram transformadas em um passeio alto sobre os tetos das casas, o que permite um modo único de conhecer e ver a cidade."

Entre e procure a Via Filungo. Vá comer pizza (maravilhosa) na Sbracia e comprar tudo o que desejar pelas ruelas e vielas medievais. e sabe de uma coisa? Mesmo em Euro, os preços são bem melhores que no Brasil. (Será que é porque temos muitas taxas e impostos...?)

Saborear a Itália

Viver na Toscana é o sonho de muita gente! Principalmente de artistas. E lá estão eles! Pintores, escultores, músicos...
A Itália tem cores e matizes diferenciados. Parece que a natureza escolheu cada árvore com uma tonalidade diferente, para colocar ao lado da outra. Esta é a impressão que se tem ao olhar as paisagens das montanhas.
As casas de pedras, brancas ou coloridas com buques enormes de flores celebrando o sol!
Sinto-me o próprio flâneur de Walter Benjamin. Sou o observador urbano! Afinal sou turista!
Sou o flâneur de Charles Baudelaire e caminho pela cidade, a fim de experimentá-la.
Flanêur também é um termo usado - hoje - para a vadiagem . Nossa! Sou também!
Porque esta viagem não é apenas o "ato físico de passeio peripatético" sugerido por Baudelaire.
E nem de longe quero torná-lo em "caminho filosófico completo de viver e pensar", descrito por Nassim Nicholas Taleb em The Black Swan (2010).
Olhar, gravar na memória tudo, dos cheiros às cores; das músicas às vozes; dos sabores às texturas. Dos risos, às falas, as vozes, o clima das conversas, o choro e o riso...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Comer, Rezar e Amar...

Fale em viajar e cada pessoa terá seu próprio sonho ou meta. É um assunto tão particular e pessoal, com influências diversas: família, amor, filmes, arte, trabalho, curiosidades, compras...
A escritora Elizabeth Gilbert vendeu mais de 4 milhões de exemplares do livro "Comer, Rezar, Amar"
(Editora: Objetiva) com a descrição biográfica de sua busca pelo prazer, leia-se comer bem, na procura da fé e autoconhecimento.
E, para os ocidentais em geral comer bem, em sabor e quantidade, lembra: Itália, Portugal, Espanha. (Com todo respeito aos países não citados).
Na Itália comer bem é sinônimo de viver bem.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Toscana na Primavera I

Viajei para passear... Pela primeira vez em minha vida!
Sem congressos, palestras ou cursos... Apenas por prazer...!
Senti uma alegria sem tamanho!
Chegamos ao Aeroporto Internazionale Galileo Galilei, em Pisa na Toscana, no dia 3 de maio. O sol e as cores da Primavera brilhavam nos rostos, nos corpos, nas paisagens. Uma exuberância de cores nas flores dos jardins e das casas...


A harmonia se quebra com as complicadas estradas e placas. Para tirar o carro do estacionamento e voltar ao aeroporto para carregar viajantes e malas, a simpática e solícita Ilenia demorou quase 20 minutos... As estradas parecem ter sido desenhadas por um engenheiro ou matemático fanático pelo de infinito.

Nas estradas e encruzilhadas há uma profusão de placas: novas e antigas. Novo nome de lugares ou ruas em azul e branco, e placas iguais com nomes diferentes cortadas por uma faixa vermelha. Que significam? Oras, o nome mudou. Está riscado. Mas está lá. Uns viram outros seguem e não há quase sinaleiros ou semáforos. O trajeto parece se repetir duas ou três vezes. Primeiro, a paisagem bucólica e colorida à direita. Depois, você a vê à sua esquerda... Será apenas impressão? Cansaço da viagem?

O mapa de acesso ao aeroporto está no link:
http://www.pisa-airport.com/index.php?id_sect=75&lang=_it

Tutta la Toscana è vicina:
Pisa Centro........10 min
Livorno............20 min
Lucca..............30 min
Viareggio..........30 min
Massa Carrara......40 min
Firenze............45 min
Pistoia............45 min
Prato..............50 min
Arezzo.............1 h 30 min
Grosseto...........1 h 45 min
Siena..............2 h 00 min

Fonte: www.pisa-airport.com/

quarta-feira, 15 de junho de 2011

PARA A COLEÇÃO DE ABSURDOS...

Em Santos, São Paulo, em plena Praça Independência, espero pelo farol de pedestres. Um homem com roupas limpas, tênis (e que não parece ser um pedinte) pára ao meu lado:
Moça, me dá um real e trinta centavos?
- Não tenho, respondi.
Ele mostrou o pacote na mão:
- É pra acompanhar o pastel, quero comprar um caldo de cana.
- Infelizmente não tenho.
- Não precisa me dar dinheiro... "Vai lá" e compra um caldo de cana pra mim...
- Não tenho.!
-Ah, tá!

Qual seria a palavra certa, o adjetivo certo para ele? Abusado ou folgado?

FESTIVAL DE CINEMA FRANCES

O que você acha de celular ligado no Cinema?
Fui ao cinema assistir ao Festival do Cinema Frances.
Os Nomes do Amor ( Le Nom Des Gens) de Michael Leclerc. Com Jacques Gamblin, Sara Forestier, Zinedine Soualem e Carole France.
Resumo do catálogo: “Bahia Benmahmoud, uma jovem mulher extrovertida é comprometida com seus ideais políticos: sem limites, ela não hesita em transar com seus inimigos para convertê-los à sua visão política. Ela costuma ter bons resultados até o dia em que encontra Arthur Martin.”
O filme é uma delícia e faz uma crítica bem humorada de cinismo e ternura da “ingenuidade” francesa (burrice, no catálogo, pág. 28).
Mas, estou no Brasil, e claro, apesar dos avisos anteriores na tela: Por favor, desliguem os celulares, no ápice do roteiro ouvem-se toques diferentes de dois celulares.
Isso, quando todos os diálogos começam a fazer sentido para esboçar o perfil da vida das personagens. E atendem!!! E as mulheres falam como se estivessem em casa ou na rua. Absurda falta de respeito! Olho para trás e comento para ser ouvida:
- Que absurdo!
Parece que foi isso que acharam de minha reclamação também...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O mal-estar das indefinições

Tudo pode ser sabido, pesquisado, conhecido...
Essa sensação de facilidades que as novas tecnologias proporcionam causam um deslocamento da realidade palpável, longe da tela... O navegante ou internauta segue caminhos e decide com rapidez como ganhar e perder seu próprio tempo.
O ato de explorar a nevegação liga-se a descobrir e ser descoberto. A sensação de vivenciar um espaço ilude os sentidos. Somos o flâneur que está em todos os lugares e em nenhum. Observa-se tudo, e somos observados, sem sermos vistos...
"O senso do mistério - escreveu Odilon Redon, cujo segredo o aprendera em Da Vinci - é estar o tempo inteiro no equívoco, nos aspectos duplos, triplos, na suspensão do aspecto (imagens dentro de imagens), formas que vão ser ou que serão, segundo o estado de espírito do observador..." (BENJAMIN, 1991, p. 2002).
Quem me segue no Twitter? Para que? Em que me acrescenta ter um endereço no Facebook? Ou Orkut?
Quem realmente lê tantos blogues? Para que necessitamos de Second life... Nem sabemos resolver e equacionar a primeira...
As formas dinâmicas de interatividade agem em separado, em partes. Cada projeto depende visceralmente das partes para tornar-se inteiro. É a materialização do fenômeno da autopoiesis (self-organization ou ego-organization).
Tudo parece mais fácil e administrável no ciberespaço.